Peeling Químico: Tudo o que você precisa saber sobre um dos tratamentos mais versáteis da dermatologia
O peeling químico é um clássico da dermatologia que nunca sai de moda — e por um motivo simples: ele funciona. Com décadas de estudos clínicos e constante evolução tecnológica, esse procedimento permanece entre os mais eficazes para transformar a qualidade da pele de forma segura, precisa e altamente personalizável. Ao aplicar combinações específicas de ácidos, conseguimos promover uma renovação controlada da epiderme e, em alguns casos, das camadas mais profundas da pele, estimulando colágeno, uniformizando o tom e suavizando desde manchas até linhas finas.
O avanço dos protocolos modernos permite que os peelings sejam totalmente adaptados ao fototipo, biotipo cutâneo e necessidades de cada paciente — desde quem busca apenas mais viço até tratamentos intensivos. Por isso, mesmo diante de tecnologias como lasers e bioestimuladores, o peeling químico mantém seu espaço como uma das ferramentas mais versáteis e indispensáveis do consultório dermatológico.
O que é o Peeling Químico?
Peeling químico é um tratamento em que aplicamos substâncias químicas controladas sobre a pele, promovendo descamação e estímulo da renovação celular. Essa descamação pode ser discreta ou mais intensa, dependendo do ácido utilizado e da profundidade desejada.
Existem três categorias principais:
- Superficial: atinge somente a epiderme (ideal para manchas leves, acne e viço)
- Médio: alcança a derme papilar (melasma profundo, fotoenvelhecimento, rugas finas)
- Profundo: derme reticular (cicatrizes e rugas profundas — hoje menos realizado devido às novas tecnologias)
O dermatologista define o ácido e a profundidade de acordo com o objetivo do tratamento e o tipo de pele do paciente.
Ácidos mais utilizados em Peelings Químicos
A dermatologia dispõe de inúmeros ativos, cada um com mecanismos de ação específicos.
A seguir, os mais utilizados e reconhecidos na dermatologia:
1. Alfa-hidroxiácidos (AHAs) – Glicólico, Mandélico, Lático
Indicações:
- Manchas
- Textura áspera
- Fotoenvelhecimento
- Melasma
- Rugas finas
Diferenciais:
- O ácido glicólico tem baixo peso molecular e penetra mais profundamente.
- O mandélico é mais suave e ideal para peles sensíveis ou negras.
- O
lático ajuda a melhorar hidratação e luminosidade.
2. Beta-hidroxiácido (BHA) – Ácido Salicílico
Indicações:
- Acne
- Oleosidade
- Poros dilatados
Diferenciais:
- Age profundamente nos folículos, tem ação anti-inflamatória e apresenta baixa irritação.
3. Ácido Retinóico e Retinoides em Geral
Indicações:
- Melasma resistente
- Rejuvenescimento
- Textura irregular
- Rugas finas
Diferenciais:
Aumenta turnover celular, estimula colágeno e inibe melanogênese.
4. Jessner
Composto por lático + salicílico + resorcinol.
Indicações:
- Acne
- Manchas
- Fotoenvelhecimento
- Textura espessada
Diferenciais:
É um peeling “coringa” pela combinação de três ácidos potentes e complementares.
5. Ácido Tricloroacético (TCA)
Indicações:
- Melasma moderado a profundo
- Cicatrizes
- Rugas
- Fotoenvelhecimento acentuado
Diferenciais:
Permite peelings médios mais intensos e resultados marcantes. Pode ser usado puro ou combinado com técnicas como frost control, cross para cicatrizes e associações com Jessner.
6. Fenol (Peeling Profundo)
Indicações:
- Rugas profundas
- Danos solares severos
Importante: atualmente proibido no Brasil
O peeling profundo com fenol foi, por muitos anos, conhecido por promover rejuvenescimento intenso. No entanto, sua realização está proibida no Brasil pela Anvisa, devido ao risco elevado de complicações cardíacas, renais e sistêmicas, além do potencial de hipopigmentação definitiva.
Por esse motivo, não deve ser realizado em nenhum consultório ou clínica no país, sendo substituído por tecnologias modernas e muito mais seguras, como lasers fracionados, radiofrequência avançada e bioestimuladores de colágeno.
7. Ácido Fítico, Kójico e Tranexâmico
Indicações:
- Melasma
- Hiperpigmentações resistentes
- Clareamento global da pele
Diferenciais:
São ácidos clareadores suaves que podem ser usados isoladamente ou associados a peelings mais potentes para maior segurança no tratamento de manchas.
8. Peelings Combinados (Multicamadas ou Sequenciais)
Hoje, uma das maiores tendências da dermatologia.
Exemplos de combinações:
- Jessner + TCA
- Retinóico + Glicólico
- Mandélico + Kójico + Tranexâmico
- Salicílico + Retinóico
Essas associações permitem resultados mais completos, tratam diferentes camadas da pele ao mesmo tempo e otimizam segurança e eficácia.
Como é Feito o Procedimento?
- Avaliação detalhada da pele
- Higienização e preparo
- Aplicação do(s) ácido(s) em camadas, tempo ou técnica específica
- Observação do frosting (quando acontece)
- Neutralização ou remoção conforme o tipo de peeling
- Entrega de orientações pós-procedimento personalizadas
Tempo médio:
15 a 40 minutos.
A maioria dos pacientes retoma atividades no mesmo dia.
O que esperar após o Peeling?
Os efeitos variam conforme o tipo de ácido e profundidade:
- Descamação leve a moderada por 2 a 7 dias
- Sensação de repuxamento
- Pele mais iluminada logo na primeira semana
- Clareamento gradual
- Melhora progressiva da textura
- Redução de acne e oleosidade
Peelings médios podem gerar descamação mais intensa, sendo importante seguir estritamente as orientações do dermatologista.
Benefícios do Peeling Químico
- Renovação celular acelerada
- Textura mais fina e uniforme
- Luminosidade
- Redução de manchas
- Controle da acne
- Estímulo de colágeno
- Pele mais jovem e homogênea
- Melhora da qualidade global da pele
O peeling químico continua sendo um dos procedimentos mais eficazes, versáteis e acessíveis para quem busca renovar a pele, clarear manchas e rejuvenescer com naturalidade. Sua grande vantagem é a possibilidade de personalização extrema, permitindo ao dermatologista criar protocolos sob medida para cada paciente — desde os mais suaves até peelings médios de alto impacto.











